quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Miyazaki Tsutomu Serial Killer


Miyazaki Tsutomu um serial killer japonês que segundo dizem, foi o ‘‘mestre’’ que inspirou muitos outros que vieram nos anos seguintes. Seu nome era Miyazaki Tsutomu. Ele nasceu em 1962 na província de Tokyo, numa família economicamente estável e muito conhecida na região. Seus pais eram bastante ocupados e por isso ele passava a maior parte do tempo com seu avô e outro rapaz que havia sido contratado especialmente para cuidar dele. O motivo da proteção extra era bem simples: Tsutomu nasceu prematuramente, o que acarretou um problema em seu braço esquerdo. 

Ele não conseguia mover seu pulso e virar a palma da mão para cima. Em decorrência da mão deformada, ele era obrigado a mover todo o antebraço para conseguir virá-la. Por ser uma doença rara (na época havia cerca de apenas 150 casos no Japão) os médicos o desencorajaram a operar seu punho, pois as probabilidades de cura eram pouquíssimas, então seus pais decidiram submetê-lo a tal procedimento só depois de completar a maioridade. Até o ensino fundamental, tirava notas muito altas e era visto como um aluno exemplar pelos professores, mas entre os alunos era ridicularizado devido a deformidade e seu gosto por animais selvagens, chegando a ser chamado de "Kaijyuu Hakase" (algo como "Professor das Feras"). Era muito competitivo e quando perdia pra alguém, passava noites lendo livros táticos e bolando esquemas para uma revanche, conseguindo a vitória quase sempre depois. Seus colegas de classe o descreviam como uma pessoa fechada e sem grande importância na sala, por serem sempre quieto e pouco entrosado.
Ele pretendia estudar e posteriormente lecionar inglês em uma universidade local mas teve seu pedido de admissão recusado devido as notas baixas que tirava no colegial.
Pouco antes de começar a cometer seus crimes, Tsutomu passou a colecionar fitas de vídeo em sua casa, embora raramente chegasse a assisti-las. Dentre elas, havia alguns snuff films famosos como "Guinea Pig".

Os crimes

Tsutomu aparentava ser um empregado comum de uma gráfica, mas em suas horas vagas ele selecionava aleatoriamente suas vítimas, geralmente meninas, entre quatro e sete anos de idade. Fez quatro vítimas, todas nas regiões de Tokyo/Saitama:

22/08/1988 - Raptou uma garota de quatro anos e a matou estrangulada. No dia seguinte, quando seu corpo já enrijecia gradativamente, ele alugou uma câmera e se gravou enquanto tocava a menina. Em seu julgamento, ao ser indagado o motivo de ele não ter se contentado apenas com fotografias ao invés de gravar o ato, ele respondeu coisas sem grande sentido, tais como "em 3D era muito mais emocionante de se assistir" ou "senti saudades de minha infância de repente".

03/10/1988 - Sua vítima fora uma estudante de sete anos de idade. Mais uma vez ele sequestrou e matou com estrangulamento, mas enquanto tentava molestá-la, a garotinha reagiu minimamente, se movendo. Assustado por pensar que ela já estava morta, Tsutomu fugiu. Perguntado sobre o quê ele sentiu no momento, Tsutomu disse apenas que teve a sensação de que estava se arriscando de uma maneira incrível.

09/12/1988 - Raptou e matou outra menina de quatro anos. Seu corpo foi descartado em uma floresta assim como as duas primeiras crianças (provavelmente pelo mau cheiro, já que a garota havia defecado nas próprias vestes) e encontrado seis dias depois, sem roupas. No dia vinte do mesmo mês o criminoso viu o pai da vítima na televisão; ele dizia que mesmo morta, estava aliviado por ter encontrado o corpo da filha.

06/06/1989 - A quarta vítima, além de sequestrada e morta, teve um dedo decepado, frito em molho shoyu e devorado pelo assassino, que posteriormente bebeu seu sangue. Dias depois seu corpo foi encontrado em pedaços.

23/07/1989 - Chega a sequestrar uma garota e levá-la para um local isolado, despindo-a. Mas, no momento em que se prepara para filmá-la, acaba sendo impedido pelo pai da menina que o seguiu, sendo preso por assédio sexual.

Arrependimento?

Apesar de toda sua insanidade, Tsutomu tentou devolver os dois primeiros corpos para suas devidas famílias, mas não conseguiu encontrar o cadáver de sua segunda vítima. Este só fora encontrado onze meses após o crime, em uma floresta local.
Já a primeira menina teve seus restos mortais encontrados treze meses depois, mas antes disso fotos com pedaços de sua roupa e ossos carbonizados foram encontrados dentro de uma caixa de papelão deixada na varanda da família. Dentro, além das fotos, havia uma carta com um anagrama que teve várias interpretações, não se sabendo qual era a verdadeira. Outra carta com um anagrama foi enviada também para a casa da terceira vítima. Após ser decifrado, ele revelou a mensagem "Que pena que não possa ser ressuscitada".
Além disso, ele também praticava uma espécie de ritual de ressurreição macabro em seu apartamento, usando velas, roupas pretas e bonecas de palha simbolizando as vítimas, à cada assassinato que cometia.

As cartas

Tsutomu enviou para um dos jornais mais populares do país uma carta entitulada "O texto da voz criminosa" (que também chegou à casa da família da primeira vítima no dia seguinte), usando o nome fictício "Imano Yuuko" (nome de uma personagem de mangá). Na carta ele fala diretamente com a família, explicando como sequestrou a menina e o que pensava em cada momento que a vigiava. No dia 6 de março de 1989 a família anunciou que faria um enterro formal para a menina. Cinco dias depois mais uma carta entitulada como "O texto de confissão" fora enviada para o jornal e para os pais da vítima. Nela o assassino agradecia a família por "enterrar" a menina e citava outro crime, cometido em 1987, na província de Gunma. Não se sabe até hoje se há alguma real ligação entre Tsutomu e esse crime, pois existem tanto provas que o impossibilitariam de cometê-lo como semelhanças entre os assassinatos.

Mas, por quê?

Psicólogos concluíram que Tsutomu ficou "aprisionado" em sua infância por ter passado muito tempo só quando pequeno. De fato, ele não chega a ser taxado como pedófilo pois não chegou a violentar nenhuma de suas vítimas, embora tenha tocado cada uma intimamente. Diz-se também que seu comportamento condiz em muitas partes com a de uma criança, pois quando ficava irritado com algo, usava de violência, assim como uma criança faria, mas por ser um adulto e ter a força de um, isso acabava por matar suas vítimas, ao invés de apenas reprimi-las. Ainda, afirma-se que ele via uma espécie de referência de si mesmo em cada uma das meninas que assassinou, pois todas se encontravam sozinhas, numa imagem solitária no momento da abordagem.A repercussão

Para os apreciadores de mangás os assassinatos caíram como uma bomba, pois todas as pessoas que tinham gostos ou hábitos parecidos com os de Tsutomu passaram a ser vistas como maníacos e pedófilos (n/a: até hoje, né?). Homens de meia-idade que morassem sozinhos eram descriminados e estereotipados, e de quebra todos os artistas que desenhavam as histórias em mangá também passaram a sofrer forte censura em suas obras. Nenhum carater sexual podia ser insinuado nelas. Até mesmo filmes de terror (que também eram adorados por Tsutomu) estavam sendo impedidos de serem exibidos na televisão. Diziam inclusive que seu último crime, cometido no dia seis de junho às seis horas da tarde, era por influência satânica.

Para a família do assassino foi ainda pior: embora seu pai tivesse se recusado a pagar um advogado (mesmo que tivesse condições financeiras pra isso), não houve nada que impedisse o enxame de cartas maldosas que chegavam dia após dia. Algumas continham ameaças, outras insultos graves, mas a grande maioria dizia que todos também deveriam morrer. Os irmãos de Tsutomu largaram seus empregos, a irmã desfez seu noivado e mudaram-se para outra cidade, mas algum tempo depois seu pai pulou de uma ponte, cometendo suicídio.

O que aconteceu com o Serial Killer.

Miyazaki Tsutomu foi condenado à pena de morte e executado no dia 17 de junho de 2008. Entretanto, não houve um só momento em que ele tenha esboçado arrependimento. O assassino alegou, inclusive, que o medo e horror com que lutava contra enquanto assassinava as meninas já era mais do que suficiente para isentá-lo de remorso.

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