As
definições dos dicionários indicam que a palavra medo significa uma espécie de
perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender ainda o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer.
perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender ainda o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer.
Para além
das definições da palavra, o medo é uma sensação. Essa sensação está ligada a
um estado em que o organismo se coloca em alerta, diante de algo que se
acredita ser uma ameaça. É também uma reação obtida a partir do contato com
algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma
resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta
fisiológica no organismo que libera hormônios do estresse (adrenalina,
cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
O medo pode se transformar em uma doença (a fobia) quando passa a
comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psicológico.
Origens
Na maioria das vezes, ele surge quando se é criança — e quase sempre é
incutido pelos pais ou por experiências de alguma maneira traumáticas. "O
medo é aprendido. A criança pequena não teme nada. Ela aprende com os pais, ou
na prática, que não pode botar a mão no fogo."
Enquanto, que, por exemplo, há alguns tipos de medo que surgem através
da aprendizagem, como quando uma criança cai num poço e se esforça
violentamente para de lá sair, sofrendo devido ao frio da água e à aflição;
esta criança originará um adulto que guarda um medo instintivo aos poços, há,
no entanto outros gêneros de medos que são comuns nas espécies, e que surgiram
através da evolução, marcando um aspecto da reminiscência comportamental. Do
ponto de vista da psicologia evolutiva, medos diferentes podem na realidade ser
diferentes adaptações que têm sido úteis no nosso passado evolutivo. Diferentes
medos podem ter sido desenvolvidos durante períodos de tempo diferentes. Alguns
medos como medo de alturas, parecem ser comuns a todos os mamíferos e
desenvolveu-se durante o período Mesozoico (quando a maioria dos mamíferos não
eram maiores que ratos, e se escondiam durante o dia, saindo apenas à noite,
para evitar os dinossauros predadores). Outros medos como o medo de serpentes, podem
ser comuns a todos os símios e desenvolveu-se durante o período Cenozoico,
época em que o medo natural de animais predadores como leões, tigres, lobos, ursos
e hienas como também de herbívoros agressivos como elefantes, búfalos hipopótamos
e rinocerontes havia surgido. Ainda outros medos, como o medo de ratos e
insetos, podem ser únicos para os seres humanos e desenvolvidos durante o Paleolítico
e Neolítico, períodos de tempo em que os ratos e insetos tornam-se portadores
de doenças infeciosas importantes e prejudiciais para as culturas e alimentos
armazenados. O medo é um mecanismo de aprendizagem, mas também evolutivo de
sobrevivência da espécie, e do indivíduo particularmente.
Como o organismo reage ao medo?
O medo é uma sensação em consequência da liberação de hormônios como a
adrenalina, que causam imediata aceleração dos batimentos cardíacos. É uma
resposta do organismo a uma estimulação aversiva, física ou mental, cuja função
é preparar o sujeito para uma possível luta ou fuga. Antes de sentir medo, a
pessoa experiência a ansiedade, que é uma antecipação do estado de alerta.
Entre outras reações fisiológicas em relação ao medo, podemos citar o
ressecamento dos lábios, o empalidecimento da pele, as contrações musculares
involuntárias como tremedeiras, entre outros.
Em alguns casos, o organismo reage de forma exagerada ao medo, fazendo
com que esse estado de alerta, benéfico em muitos momentos da vida,
transforme-se em um estado patológico, quando o medo se transforma em fobia. A fobia
se trata de uma antecipação do medo ou da ansiedade. Sua característica mais
importante é o comprometimento da relação que o sujeito estabelece com o mundo
que o cerca. No caso da fobia, o medo não prepara o indivíduo para decidir
entre lutar ou fugir, ele o paralisa, impede que se relacione com o objeto de
seu medo.
Manifestações mentais do medo.
Os efeitos físicos do medo tão devastadores, o coração acelera e tudo
mais, mas a razão pelo medo ser tão esmagador é que esta resposta física está
associada a uma resposta mental, menos visível, mas muito poderosa. A
emoção subjacente do medo é a FALTA DE CONFIANÇA EM VOCÊ MESMO. Quando
está com medo você duvida da sua capacidade de enfrentar o problema. E esta
dúvida é incrivelmente destrutiva pra sua psique. Você pensa: ”eu não posso
lidar com as coisas”, e você se sente negativo a respeito de você mesmo e perde
toda esperança.
E vocês sabem no que dá a falta de esperança, quem pensou em, depressão acertou. A depressão poder vir como consequência de uma mente que sente medo 24hs por dia. E este é mais um dos motivos pra você ir adiante neste projeto de superar seus medos.
Outro motivo é a sensação de frustração, você não quer ser se sentir assustado. Você sente até vergonha de ter medo, e percebe que se não tratar esse medo ele vai afetar sua carreira, seus relacionamentos, suas esperanças, suas amizades, ou sua chance de ter uma vida familiar decente.
Abordagem psicológica sobre o Medo.
A relevância deste artigo se dá pelo fato de abranger um tema que emerge
em rodas de conversa, em todas as faixas etárias e pode de certa forma,
implicar negativamente no convívio social. O medo que apavora, paralisa, impede
e angustia que muitas das vezes se apresenta como queixa nos consultórios de
psicólogos e psicanalistas.
Falar sobre medo é algo muito complexo, tendo em vista a singularidade
do ser humano e a infinidade de fatores psicológicos capazes de desencadeá-lo.
Medo de dirigir, medo de morrer, medo de baratas, medo de assombração,
medo de envelhecer, etc. São tantos que elencá-los seria impossível.
•Medo e suas definições.
Aquele que não tem medo, mesmo que lá no íntimo, atire a primeira pedra! Esta afirmativa se dá por sermos seres humanos, passíveis desses sentimentos e emoções, existe uma infinidade de fatores desencadeantes do medo, que podem acometer pessoas em todas as faixas etárias, podem ser passageiros, assim como tornar-se psicopatológicos.
Aquele que não tem medo, mesmo que lá no íntimo, atire a primeira pedra! Esta afirmativa se dá por sermos seres humanos, passíveis desses sentimentos e emoções, existe uma infinidade de fatores desencadeantes do medo, que podem acometer pessoas em todas as faixas etárias, podem ser passageiros, assim como tornar-se psicopatológicos.
O que é medo? Quais os sinais e sintomas do medo? O medo é patológico? O
medo significa a mesma coisa que fobia? O que pode estar por detrás das fobias?
Partindo deste princípio, o medo é “caracterizado por referir-se a um objeto
mais ou menos preciso” (DALGALARRONDO, 2006, p. 107).
Segundo Dalgalarrondo (2006) apud Mira y López (1964), o medo se
apresenta em escalas até a sua inativação, ou seja, ele vai paulatinamente
tomando uma proporção até que o indivíduo tenha seus sentimentos e emoções
estabilizados, dividindo-se em seis fases de acordo com o grau de extensão e
imensidão, são eles: 1. Prudência; 2. Cautela; 3. Alarme; 4. Ansiedade; 5.
Pânico (medo intenso); 6. Terror (medo intensíssimo).
O medo é uma alteração das emoções e dos sentimentos, também é fundamental para a nossa autopreservação. Já imaginou se não o tivéssemos? O que seríamos capazes de fazer? Atravessar uma rua sem temer a um possível acidente, pôr em risco a própria vida.
Segundo Dalgalarrondo (2006),
O medo não é uma emoção patológica, mas algo universal dos animais superiores e do homem. O medo é um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que queríamos evitar e que progressivamente nos consideramos menos capazes de fazer. (DALGALARRONDO, 2006, p. 109).
O medo é uma alteração das emoções e dos sentimentos, também é fundamental para a nossa autopreservação. Já imaginou se não o tivéssemos? O que seríamos capazes de fazer? Atravessar uma rua sem temer a um possível acidente, pôr em risco a própria vida.
Segundo Dalgalarrondo (2006),
O medo não é uma emoção patológica, mas algo universal dos animais superiores e do homem. O medo é um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que queríamos evitar e que progressivamente nos consideramos menos capazes de fazer. (DALGALARRONDO, 2006, p. 109).
•Fobia.
No que tange às fobias, pode-se dizer que são medos exacerbados, desproporcionais, limitantes e psicopatológicos. Um dos sinais é a própria esquiva do objeto fobígeno, o indivíduo evita falar e se aproximar, até mesmo mudar a rotina por conta desse medo, podendo ter sua vida pessoal e social comprometida e ameaçada, passando a sofrer por isso. O que pode ser corroborado por Dalgalarrondo (2006) quando diz que:
São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. Assim o indivíduo tem um medo terrível e desproporcional de entrar em um elevador, ou de gatos, ou de contato com pessoas desconhecidas. No indivíduo fóbico o contato com os objetos ou situações fobígenas desencadeia, muito frequentemente uma intensa crise de ansiedade. (DALGALARRONDO, 2006, p. 109)
O indivíduo fóbico vivencia além da angústia e da vergonha, sintomas
observáveis, uma série de reações corporais, alterações somáticas causadas pelo
estado de exposição ao objeto fobígeno, que fora corroborado por Delumeau
(1989),
Colocado em estado de alerta, o hipotálamo reage por uma mobilização global do organismo, que desencadeia diversos tipos de comportamentos somáticos e provoca, sobretudo, modificações endócrinas. Como toda emoção, o medo pode provocar efeitos contrastados segundo os indivíduos e as circunstâncias, o até reações alteradas em uma mesma pessoa: a aceleração dos movimentos do coração ou sua diminuição; uma respiração demasiadamente rápida ou lenta; uma contração ou uma dilatação dos vasos sanguíneos; uma hiper ou uma hipo-secreção das glândulas; constipação ou diarréia, poliúra ou anúria, um comportamento de imobilização ou uma exteriorização violenta. Nos casos-limite, a inibição era até uma pseudoparalisia diante do perigo (estado cataléptico) e a exteriorização resultará numa tempestade de movimentos desatinados e inadaptados, característicos do pânico. (DELUMEAU, 1989, p. 23)
Colocado em estado de alerta, o hipotálamo reage por uma mobilização global do organismo, que desencadeia diversos tipos de comportamentos somáticos e provoca, sobretudo, modificações endócrinas. Como toda emoção, o medo pode provocar efeitos contrastados segundo os indivíduos e as circunstâncias, o até reações alteradas em uma mesma pessoa: a aceleração dos movimentos do coração ou sua diminuição; uma respiração demasiadamente rápida ou lenta; uma contração ou uma dilatação dos vasos sanguíneos; uma hiper ou uma hipo-secreção das glândulas; constipação ou diarréia, poliúra ou anúria, um comportamento de imobilização ou uma exteriorização violenta. Nos casos-limite, a inibição era até uma pseudoparalisia diante do perigo (estado cataléptico) e a exteriorização resultará numa tempestade de movimentos desatinados e inadaptados, característicos do pânico. (DELUMEAU, 1989, p. 23)
A fisiologia do medo.
Toda e qualquer emoção tem uma representação no cérebro, que é mediada
por neurotransmissores, entre eles a noradrenalina, a serotonina e a dopamina.
A fisiologia do medo se inicia nas amígdalas (estruturas que nada têm a
ver com as da garganta), que têm o formato de uma noz e ficam próximas à região
das têmporas. Elas identificam uma situação ou objeto do qual se deve tomar
cuidado e enviam ao hipotálamo o sinal para a produção dos neurotransmissores.
A partir daí, começam as reações no organismo que nos deixam em estado de
alerta para agir, enfrentando ou fugindo da situação.
As amígdalas estão presentes na maioria dos animais. São elas, por
exemplo, que fazem com que um cervo reconheça o perigo e fuja de seu predador.
O que diferencia o homem dos outros animais é que ele é o único ser
capaz de ter medo do medo. Isso acontece porque o homem é o único animal que
consegue “imaginar”. E a imaginação, como dizia Einstein, é mais forte que o
conhecimento.
O medo deve ser tratado?
Não se fala em tratamento para o medo, a não ser nos casos em que ele se
torna irracional, como na fobia. Nesses casos, o tratamento mais conhecido em
psicoterapia é a Dessensibilização Sistemática, que consiste numa aproximação
sucessiva do sujeito em relação ao seu objeto de pavor. Por exemplo, se uma
pessoa desenvolve fobia em viajar de avião, a técnica propõe exposições que
gradualmente se aproximam da viagem, como balançar, olhar para baixo de um
andar alto, entrar em um avião estacionado, até que finalmente a pessoa aceite
e consiga realizar a viagem. Não é um tratamento fácil, requer dedicação de
paciente e terapeuta, mas mostra resultados bastante significativos. Outros
tratamentos são baseados em teorias, como as que propõem a origem do medo ou da
fobia em traumas do passado, reais ou imaginários. Nesses casos, quando se
consegue compreender o trauma em seus mais diversos significados, os medos
tendem a diminuir significativamente. De qualquer forma, qualquer tratamento
visa a diminuir a níveis normais ou mais equilibrados a resposta de alerta que
o medo gera.
Mas mesmo que você queira deixar de ter algum medo ou fobia segue umas
dicas para superar
1- Entenda seu medo. Ganhe controle de seus medos controlando seus
pensamentos.
2- Enfrente seu medo. Olhe direto nos olhos dos seus medos. Aja
racionalmente.
3-Aprenda como falar consigo mesmo de forma construtiva. Construa uma
nova crença a respeito de seu medo.
4- Mude seu comportamento. Aprenda a desacelerar suas reações e definir
o que está realmente sentindo. Aprenda a não fugir automaticamente do medo,
veja o medo não como algo que ameace a sua segurança, mas veja como algo
superável.
5- Recupere a crença em si mesmo.
Quando enfrentar seus medos e mudar a forma de pensar sobre eles você
vai mudar a maneira que vê a si mesmo e o mundo ao seu redor. Combater o medo é
aprender como sentir-se bem consigo mesmo. Ao vencer o medo não importa o
que lhe aconteça, você poderá lidar os altos e baixos da vida. Você não mais
fugirá , e quando enfrentar o medo pela primeira vez terá evidencias
indiscutíveis de que pode fazer. Você pode confiar em você mesmo.
Que outras doenças têm o medo como característica?
Além das fobias, o DSM IV apresenta uma série de doenças que tem a
reação exagerada de alerta como característica predominante, entre elas: O
Transtorno de Pânico, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Anorexia,
Bulimia e outros transtornos em que o medo está ligado às mudanças no corpo.
Como saber mais?
Inúmeros produtos midiáticos discutem a questão do medo, muitas vezes
por um viés de provocá-lo nos espectadores, como os filmes de terror ou
suspense. Em 2009, o diretor Kiko Goifman lançou o filme “Filmefobia” que visa
a discutir os inúmeros tipos de medo, contando com a participação de atores e
pessoas que não atuavam.
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